30 agosto 2006

... a um Querido Amigo...
















Uma luz ténue entrava delicadamente pela janela entreaberta.

Ao sentir a sua carícia no meu rosto, despertei.

Sorri àquele novo dia sentindo-me feliz por ele estar ali.

Um olhar apenas bastou para o lançar nos meus braços.

Sentindo as suas mãos percorrerem o meu corpo,

Deixo escapar um leve suspiro por entre os lábios meio cerrados...

Que felicidade é esta que me percorre tão lentamente?

Que estremecer maravilhoso me invade quando ele está junto de mim...

Sentindo o seu cheiro, desfrutando do seu suave toque, desejo-o!

Desejo-o com a força de uma tempestade...

Arrebatada, estou entregue ao seu eterno beijo!

E de repente silêncio...

Lá fora a brisa amena parece celebrar o nosso amor e

O céu azul brinda-nos com a serenidade por que tanto ansiámos.

Quis falar...

Quis falar-lhe de felicidade, entrega, paixão...

Beijou-me uma e outra vez... sussurrou o meu nome.

Calei. Calei impotente perante o poder das suas palavras...

Sim, és meu.
Toma-me por tua...

Amas-me?!
Não interessa...

Silêncio...


Sou tua.






23 agosto 2006

A febre da Etiquetagem!!!! eheheheheh

E bom, aderi ao desafio que me lançaram e aqui vou eu deixar as minhas 6 etiquetas... antes de mais acho muito difícil falarmos isentamente de nós mesmos... especialmente em 6 "piquenos" carimbos... mas tenho estado a pensar sobre o assunto e afinal, o que posso eu dizer sobre mim????

De forma isenta, apraz-me dizer que sou aquilo a que se chama, um verdadeiro "must"!!!!
Acho incrível que haja tanta gente por esse mundo "afora" que passará pela vida sem ter a verdadeira alegria e previlégio de confraternizar comigo e acho mesmo que se fosse "minha amiga", não conseguiria mesmo viver sem mim e... JUST JOKING!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! eheheheheheheh

Por mais difícil que seja, aqui vai 6 "etiquetas" (sem imagens porque não sei onde ir buscá-las, além de que a rede hoje está particularmente lenta!!!!):


MUITOOOOOOO TEIMOSA... TIPO "COMO UMA MULA"!
não que eu tenha algo contra as mulas, que são seres do Senhor e para alguma coisa hão-de servir... aliás, parece-me que a protectora dos animais está francamente em falta porque de tanto luta inglória que tem travado, ainda não se debruçou sobre esta afronta à dignidade deste singelo animal campestre!!! Mas enfim, de momento serve-me a expressão pejorativa para este irritante defeito... aliás "feitio"!!!


ORGULHOSA... UM BOCADINHO!
este orgulho, é mais como sinónimo de um (por vezes exacerbado") sentido de dignidade... Enfim, gente estranha!!


SONHADORA... "RESMAS"... "GINGABAITES"...
uiiiiiiii... ora pois...
(suspiros)


ROMÂNTICA... INCURÁVEL!
enviem-me flores... façam-me banhos de imersão com pétalas de rosas... espalhem-me velas e pétalas pela casa... ofereçam-me presentes, personalizados, por mais simples que sejam... façam-me todo esse tipo de surpresas que se pode ver em qq filme barato... e aí, CASO na hora!!!!
eheheheheh


COM MUITO SENTIDO DE HUMOR...
Duvidoso para uns, mas mas também estamos a falar de gente desprovida de um Q.I. que se apresente, é certo, porque modéstia à parte (bolas, já não vou poder falar da minha modéstia porque já tenho todas as 6 etiquetas, o que até me dá jeito porque senão ainda me chamavam de mentirosa e neste caso já seria comentário adequado de gente "imbejosa") bom, mas voltando à "modéstia à parte", não tenho encontrado gente com um sentido de humor tão apurado e refinado como o meu... bem, a não ser eventualmente (mas ainda vou ter que pensar melhor sobre esta questão) "Os gatos fedorentos".
De presunção e água benta..!!!
(rs)

CARINHOSA... A ROÇAR O MELGAAAAAAAAAAA!!!!
gosto de dar beijos e mais beijos... de dar mimo... de estar coladinha... Bom, mas isto acontece especialmente porque costumo ter os pés sempre frios no Inverno!!!!

E bom, espero poder ter-vos mostrado um pouco mais da minha pessoa...

;-)

21 agosto 2006

Kakfa à Beira Mar - Haruki Murakami


Em tempos tinha lido um comentário aos dois primeiros romances de Murakami (Norwegian Woods e Sputnik Meu Amor) que suscitou a minha curiosidade, mas até à data ainda não tinha tido oportunidade de ler nada deste Senhor. Mas eis que me ofereceram a última obra de Murakami: Kafka à Beira-Mar.
Com uma dedicatória absolutamente deliciosa e uma capa que me faz lembrar um gato que conheci em tempos, foi ficando lá por casa, tranquilamente à espera.

Acho que tenho uma ligação estranha com os livros... é como se as suas capas falassem comigo... há livros que sei que vou ler, compro-os mas quando chego a casa e os tiro do saco, "olhamo-nos" e... aí decido qual é que vou ler, ou se marcamos o nosso encontro para outro dia.
Ao longo dos anos o meu relacionamento com os livros tem vindo a intensificar-se: aos 18 anos apenas tinha lido O Diário de Anne Frank; depois com a faculdade desenvolvi uma capacidade engraçada de ler mais de 2 livros em simultâneo (muitas vezes 3 ou 4) e horas a fio; mais recentemente apercebi-me que cada livro é como um ritual para mim, com um espaço muito próprio. Assim, acontece muitas vezes eu comprar um livro e ao chegar a casa guardo-o. Ou porque estou a ler outro ou muito simplesmente porque não é chegado o momento de "conversarmos". Parece uma coisa estranha, eu sei e nem eu própria o sei explicar, é certo... mas o prazer que hoje em dia retiro dos meus momentos de leitura é absolutamente indescritível.

Bom, após 5 meses de espera, olhei-o e, apesar de não me estar a apetecer ler nada de muito longo, e 600 páginas sempre são 600 páginas, não lhe resisti.
Chegara o "nosso"momento! Este foi o timing certo, porque estou sossegada, feliz, com os fantasmas "arrumados" no seu devido sítio e por isso capaz de absorver e entender tudo o que "o mundo" tiver para me contar!

Kafka à Beira Mar, é uma história que tem tanto de trágico como de uma transbordante esperança no ser humano.
Com uma escrita absolutamente cativante, Murakami tem como ponto de partida 2 histórias aparentemente paralelas, a de um sexagenário e a de um adolescente de 15 anos, ambos extravagantes. O sexagenário consegue falar com gatos e é desprovido de qualquer tipo de raciocínio lógico devido a um acidente no tempo da guerra com E.U.A.. O rapaz tem um grave problema de identidade que o leva a fugir de casa e cujo único amigo e confidente é um amigo imaginário "o rapaz chamado o corvo" que não passa de um prolongamento dele mesmo.
A ficção está carregada de situações bizarras, como uma prostituta que descute Hegel enquanto faz sexo com um cliente, ou um homem que come os corações dos gatos enquanto ainda batem, tendo pelo meio um misterioso assassinato, mas a narrativa está desenvolvida de uma forma tão intrigante, tão inteligente que uma vez começado a saber um pouco mais sobre estas duas personagens é impossível parar de ler.
(Para mim foi-o de tal forma que se li as primeiras 250 páginas em dois pequenos serões, as restantes 400 li ontem todo o santo dia.)

No final, podem tirar-se muitas conclusões, porque todas as histórias bem escritas têm o condão de tocar as pessoas de forma diversa.
"Na parte que me toca" (esta frase é usada inúmeras vezes ao longo do livro!) a máxima que retiro deste livro vem apenas reforçar algo em que acredito piamente desde há já alguns anos a esta parte: não importa as tragédias a que a vida nos sujeita ou que infligimos a nós mesmos, a opção crescermos e de aprendermos, está lá e é sempre nossa!

16 agosto 2006

A essa paixão!!! (Março 2005)
















(Onami - ondas masculinas)

Ele chegou e sorriu, caminhando altivo com passos pequenos, mas decididos.

Sentou-se, olhou-me e o seu olhar repousou em mim como um pequeno terramoto

Que abalou repentinamente o meu alvoraçado mundo…

E pela primeira vez senti aquele aroma misto

De rosmaninho silvestre e alecrim do campo.

Sorri tentando manter alguma indiferença,

Mas oiço a sua voz e estremeço…

Sorri de novo percebendo estar perdida…

Perdida de curiosidade por este homem enigmático e elegante,

de rosto geométrico e grave, de olhos serenos e gestos fortes.

Procurei no mais recôndito de mim um espaço para onde fugir…

Não encontrei… não tive tempo para procurar melhor…

Sorriu… e nesse momento, impotente, rendi-me…

E o meu mundo antes conturbado parou,

Invadido por uma sensação tão especial

Como se nele passasse a só existir paz e amor!

09 agosto 2006

Areal (07/Jul/04)


Sentada no rochedo ancestral,
Contemplo a beleza plácida que se estende a meus pés.
O céu azul ilumina toda esta natureza e
o mar irrompe com uma branda fúria por entre pedras e rochas.
O sargaço espalhado ao longo do areal lembra os despojos da minha alma pacificada
e, ao longe, os montes erguem-se implacáveis sobre o mar azul.
Duas gaivotas passeiam à beira-mar por entre o parco desperdício marinho
e a brisa suave parece sussurrar-me belas palavras de amor,
como que a querer lembrar-me o quanto te quero...
As nuvens passam ligeiras, rumo ao horizonte e
o sol começa, agora, a desaparecer parecendo
ser docemente engolido por aquele azul profundo.
Sorrio.
Inspiro o ar puro e fresco que se faz sentir.
Desejo-te.
Chamo por ti na esperança de num ápice te ter ali...
Silêncio.
Sinto o peito cheio de vida e o coração repleto de amor.
Sem o querer, vejo o teu reflexo em cada traço desta espantosa natureza:
sinto-te em cada gota que salpica o meu rosto,
sinto-te na brisa que toca o meu cabelo,
a magia exultante dos oceanos parece brotar em cada passo teu
e cada uivo do vento traz-me a tua voz doce e quente,
reclamando o meu amor.... declarando a tua paixão....
Cada um destes planaltos, parece exaltar a magnitude do meu amor...
E cada exaltação da mãe natureza parece tornar mais suportável a tua ausência...
Na verdade sei que a tua ausência não passa de um mero detalhe,
porque tu estás aqui... primorosamente guardado
nesse espaço recôndito e secreto que é o meu coração.
És absolutamente desconcertante, intenso, evasivo, mas
perturbadoramente presente!
Suplico-te num grito mudo:
“ Toma-me.... sou tua!!”
Desejo-o... Desejo-te com a força de uma tempestade,
Com a intensidade de um furacão!
O teu olhar, o teu sorriso, o teu cheiro...
Tudo em ti me faz sentir especial:
É o teu olhar que me aquece como os raios de sol;
É o teu sorriso que ilumina a minha alma como a cálida tarde de primavera;
É o teu cheiro que me envolve como a mais suave brisa outonal...
És a esperança que renasce em cada aurora.
Sem palavras, estou entregue a este amor
Reservado e atento, calas.
Queria gritar-te “Amo...”, mas também calo...
Silêncio, reserva... Se um dia tu gritares, o teu grito será mudo.
E eu... Eu vou gritando silenciosamente na penumbra da madrugada
Este misto de felicidade e paixão que me toca a existência.