09 agosto 2006

Areal (07/Jul/04)


Sentada no rochedo ancestral,
Contemplo a beleza plácida que se estende a meus pés.
O céu azul ilumina toda esta natureza e
o mar irrompe com uma branda fúria por entre pedras e rochas.
O sargaço espalhado ao longo do areal lembra os despojos da minha alma pacificada
e, ao longe, os montes erguem-se implacáveis sobre o mar azul.
Duas gaivotas passeiam à beira-mar por entre o parco desperdício marinho
e a brisa suave parece sussurrar-me belas palavras de amor,
como que a querer lembrar-me o quanto te quero...
As nuvens passam ligeiras, rumo ao horizonte e
o sol começa, agora, a desaparecer parecendo
ser docemente engolido por aquele azul profundo.
Sorrio.
Inspiro o ar puro e fresco que se faz sentir.
Desejo-te.
Chamo por ti na esperança de num ápice te ter ali...
Silêncio.
Sinto o peito cheio de vida e o coração repleto de amor.
Sem o querer, vejo o teu reflexo em cada traço desta espantosa natureza:
sinto-te em cada gota que salpica o meu rosto,
sinto-te na brisa que toca o meu cabelo,
a magia exultante dos oceanos parece brotar em cada passo teu
e cada uivo do vento traz-me a tua voz doce e quente,
reclamando o meu amor.... declarando a tua paixão....
Cada um destes planaltos, parece exaltar a magnitude do meu amor...
E cada exaltação da mãe natureza parece tornar mais suportável a tua ausência...
Na verdade sei que a tua ausência não passa de um mero detalhe,
porque tu estás aqui... primorosamente guardado
nesse espaço recôndito e secreto que é o meu coração.
És absolutamente desconcertante, intenso, evasivo, mas
perturbadoramente presente!
Suplico-te num grito mudo:
“ Toma-me.... sou tua!!”
Desejo-o... Desejo-te com a força de uma tempestade,
Com a intensidade de um furacão!
O teu olhar, o teu sorriso, o teu cheiro...
Tudo em ti me faz sentir especial:
É o teu olhar que me aquece como os raios de sol;
É o teu sorriso que ilumina a minha alma como a cálida tarde de primavera;
É o teu cheiro que me envolve como a mais suave brisa outonal...
És a esperança que renasce em cada aurora.
Sem palavras, estou entregue a este amor
Reservado e atento, calas.
Queria gritar-te “Amo...”, mas também calo...
Silêncio, reserva... Se um dia tu gritares, o teu grito será mudo.
E eu... Eu vou gritando silenciosamente na penumbra da madrugada
Este misto de felicidade e paixão que me toca a existência.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Estou aqui há largo tempo a pensar no q comentar.. Poderia ficar mais outro tanto! Viver é o q escreveste.. N posso nem devo comentar...
Deixo-te o beijo!

5:23 da tarde  
Blogger NipponLady said...

Apesar de nunca ser fácil e de nem sempre acabar tudo em bem, que VIVAMOS muito... e se não for possível aprendermos muito, que aprendamos o que conseguirmos!!

Beijo guardado!!
rs

(BOAS FÉRIAS!!

5:59 da tarde  
Blogger Avalon said...

Sorrir...e sentir o peito cheio de vida...
São duas sensações que transmites ao longo deste teu texto!!!

Pensa nelas agora!!!!
São indispensáveis, para que possamos, pé ante pé, progredir e enfrentar tudo o que nos "atormenta"!!
Cada vez que respirares, irás sentir-te mais viva...
E cada vez que sorrires, estás a mostrar-te a ti própria do que és capaz!!

O passado, já lá vai...nada poderemos fazer quanto a isso!
O futuro...cabe-nos a nós escolher a direcção, o rumo e o caminho a seguir!!! E se o fizermos a sorrir, será tão mais fácil...
Por muito que não apeteça...não custa tentar!!!!

Sabes que gosto de ti, não sabes??

Beijo repleto de magia...

11:45 da manhã  
Blogger NipponLady said...

Claro que sei!
Sei mesmo, miguinha!!

Mas há coisas que são inexplicáveis e são tão mais fortes que nós, que tomam um peso indfinível... às vezes quase dói sorrir... às vezes até parece mais fácil o refugio na solidão... às vezes percebo outras atitudes que não são habitualmente as minhas...

Mas o sorriso está quase lá!
;-)

11:56 da manhã  

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