27 agosto 2007

Liberdade (Março 2005)

















(olhares.com)


Cheguei. Cheguei e parei naquele mesmo muro,

Para contemplar uma última vez, aquela antiga paisagem.

As memórias de um passado tão recente,

Parecem tão fugidias como a areia que passa por entre os meus dedos.

Libertei-o. Deixei o mais belo gravado no meu coração e o mais triste voou,

Ficando assim as portas desse passado encerradas para sempre...

Libertei-me. Libertei as amarras do sonho e do amor e

abri as portas da alma para deixar a felicidade entrar...

Voltei-me e lá estavas tu, sorrindo – o rosto pleno de amor;

No teu doce olhar e na tua expressão serena, lia-se uma esperança desconcertante...

Não sei porque estás aqui, nem tão pouco como cá chegaste,

Só sei que estou feliz por toda esta sintonia.

Olhas-me como à relíquia mais antiga, tocas-me como à peça mais valiosa.

Fito-te e no meu olhar há então um tudo querer que não tem fim...

Fica e não questiones.

Ama... deixa-te levar por essa paixão que não calas,

Por esse arrebatamento que não escondes.

Fica e funde-te... Funde-te...
porque o teu amor é pleno e porque nessa fusão serás eterno.

13 agosto 2007

Resoluções



(foto olhares.com)
Aparentemente todos sabemos o que é melhor para nós.


Todos sabemos o que gostamos mais e o que gostamos menos e até aquilo de que não gostamos mesmo. E chegada certa altura da nossa vida, sabemos o que não queremos, mesmo quando andamos num limbo sem conseguir perceber o que raio será que queremos ao certo, seja das pessoas, das relações, do trabalho ou genericamente da vida.


Com mais ou menos certezas, todos temos situações onde não gostaríamos de andar ao sabor da "maré" mas em relação às quais não conseguimos remar contra.


Parece-me que independentemente da maturidade de cada um, há resoluções que teimamos em não tomar. Talvez porque com maior ou menor convicção, há resoluções que simplesmente não se conseguem tomar de imediato... elas são demasiado difíceis de aceitar, mesmo quando sabemos que no final estamos a agir para nosso único beneficio.


Talvez esta dificuldade resida no facto de termos a noção de que certas decisões são irreversíveis. Muitas vezes elas obrigam-nos a assumir que erramos, fazem-nos olhar bem para dentro e ver o que provavelmente não quereríamos ou até nos fazem perceber quão ténue é a linha que devide a sabedoria do altruismo e a estupidez do nosso egocentrismo.

Mas isto não nos torna mais fracos. Isto não nos reduz a pessoas menos interessantes ou mais imaturas. Isto apenas revela que somos humanos.


E uma coisa é garantida: cada um de nós é um mundo único de experiências, de qualidades louváveis e defeitos incontornáveis. Cada um de nós pode ser um mundo admirável para alguém e ter um outro admirável mundo no coração. Basta querer. Basta perceber que, nem que seja num momento único na vida, qualquer um de nós terá uma resolução que não vai ser tomada com facilidade e com a qual vai ser uma carga de trabalhos ter que lidar.


Boas resoluções...