22 setembro 2006

Crescimento...

Sempre encarei com alguma estranheza e curiosidade as pessoas que dizem não sentir qualquer necessidade de companhia, de amor ou de afecto permamente... pessoas que tantas vezes cultivam as relações fortuitas, pontuais, liberais... que encaram o prazer do sexo pelo sexo porque sexo nada tem que ver com amor (de facto não tem!)... pessoas que inclusivé têm apenas conhecidos em vez de amigos.

Sempre tive essa sensação de grande curiosidade porque pelos meus parâmetros pensava no que poderiam realmente sentir, lá bem no fundo, essas pessoas.
Sempre me questionei se elas teriam tanto "trabalho" a lidar com todas estas questões algo superficiais, como têm as pessoas para as quais as coisas são bem mais profundas e até à pouco tempo atrás sentia uma "quase tristeza" solidária para com este tipo de pessoas.
Acreditava seriamente que não era possível alguém ter esta postura como opção, sem que se lhe tivesse atravessado uma enorme tragédia pelo caminho que o despoletasse. Na verdade, ainda penso que há muitas pessoas que se tornam assim depois dos reveses da vida, mas também acredito que outras há que são naturalmente assim: pessoas livres de espírito.

De facto hoje em dia, depois de mais equilibradas as ilusões com a vivência, percebo tantas das coisas que sempre achei duras e difíceis de encarar.

Hoje percebo exactamente que sexo é sexo, e pode ser fantástico com ou sem amor... o prazer é comum ao sexo, a ideia de sexo com amor é quase exclusivamente comum às mulheres!! E sim, acredito que com um sentimento maior à mistura é muito melhor, é perfeitamente possível, mas continua a ser verdade que o amor nada tem que ver com sexo.
O primeiro acontece com à velocidade de um estalar de dedos. O segundo é construído ao longo do tempo. Os dois juntos?! Pois....

Felizmente, hoje sei que podemos ser plenos, sentirmo-nos realizados, ser felizes sem que isso dependa de outra pessoa...
E lembro-me nitidamente dos dois momentos recentes na minha vida em que isso me aconteceu e apavora-me pensar que o meu estado de espírito possa voltar a depender de outro alguém que não eu mesma.

Hoje, graças a uma série de experiências, prezo imenso, e cada vez mais, aquele meu espaço em que estou "eu comigo mesma" e usufruo como nunca desses momentos sem ter qualquer sentimento de tristeza ou solidão.

E em relação à Amizade, sempre a valorizei imenso.
Mas hoje aprecio e valorizo-a de uma forma que antes não me era possível. Porque hoje não dependo dela... Acho que a vida é muito mais difícil sem amigos, e feliz de quem tem amigos de coração (tal como eu tenho), mas que a amizade não seja importante nas nossas vidas, por transposição, o substituto do amor: Amizade sim, dependência não!
Um enorme obrigada às amizades profundas que tenho e que me ajudaram nesta escalada de aperfeiçoamento e conhecimento interior.

5 anos de muitas coisas passadas e ultrapassadas, percebo muito bem essas pessoas e percebo-as com uma outra ligeireza e sem esse cariz de tristeza com que as encarava outrora.
E, no entanto, continuo a não ser o tipo de pessoa que encara as relações de forma fortuita, descartável, o sexo pelo sexo... Continuo ser o tipo de pessoa a que tem uma trabalhosa e tantas vezes "inoportuna" profundidade nas relações com os outros (sejam elas de que tipo forem)!
E não, não sou ainda uma "pessoa livre de espírito"... muito provavelmente nunca vou chegar a ser.
Mas numa coisa sou hoje uma pessoa diferente: hoje posso dizer-me mais livre, mais independente, mais auto-suficiente e por consequência, mais feliz!!!

4 Comments:

Blogger Just Me...S said...

O amor faz parte das nossas vidas, tem de fazer parte de uma forma ou de outra. Gosto de sexo mas com amor e de preferencia correspondido!
Beijocas sempre doces
S

12:09 da tarde  
Blogger NipponLady said...

Sabes, já tive uma máxima que era a seguinte: "O amor é espinha dorsal da vida"... agora, já não tenho!
Começo a achar que é demasiado colocar um peso tão grande num sentimento tão vulnerável... Vulnerável porque não depende só de nós... E é certamente demasiado porque quando não se está em sintonia, esse peso sofoca-nos, afasta-nos... E porque, mesmo idealizando o contrário, amar é didfíl, dá trabalho, e não é aquele cenário côr-de-rosa de uma qualquer comédia romântica...
Ainda assim, acho o sexo perfeitamente dispensável... o AMOR, não!!

beijinho
;-)

5:35 da tarde  
Blogger Just Me...S said...

Amar é mesmo muito dificil e cor de rosa só mesmo no inicio!! :))
Minha querida vim agradecer a força que deixaste no meu canto.
Beijocas com muito carinho
S

1:51 da tarde  
Blogger NipponLady said...

Olá De Mim!!!

Excelente opção a tua! Partilhar é um verbo muito difícil e só consegue fazê-lo quem é generoso... Beijinho
;-)

11:07 da manhã  

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